Decreto que proíbe venda de alimentos calóricos em porta de escola pode prevenir obesidade

Por Aécio Gonçalves 14/12/2018 - 17:53 hs

Nesta semana, o governo de Minas Gerais publicou um decreto que proíbe a venda de alimentos calóricos e com alto teor de açúcar dentro e no entorno de escolas públicas ou privadas. Atualmente, dentro da maioria das escolas, a merenda já é feita com orientações nutricionais, mas no entorno ainda não havia nada que proibia a venda desses alimentos aos alunos. Outro ponto a ser destacado é que não tem como interferir na merenda que os alunos levam de casa, que podem ser alimentos industrializados muito calóricos e ricos em açúcares. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças e adolescentes, até os 19 anos, com obesidade, aumentou dez vezes em todo o mundo nos últimos 40 anos. Segundo um estudo desenvolvido em parceria com a OMS, se esse crescimento continuar, até 2022 haverá mais crianças e adolescentes obesos do que com desnutrição. 

Dados alarmantes de obesidade preocupam especialistas, já que o número grande de adultos obesos no mundo é em razão de hábitos alimentares ruins na infância e adolescência. “Essa medida até demorou a sair. Se pedirmos para qualquer pessoa acima dos 20 anos fazer uma reflexão da infância ou adolescência, vamos perceber que a merenda era recheada de doces. Além disso, os doces eram mais usados como recompensas, por exemplo: a criança ia ao dentista e ganhava um pirulito, se tomasse vacina ganhava uma bala. O refrigerante presente nos almoços de domingo também pode ser considerado um vilão. Há muito tempo precisávamos desse tipo de regulamentação”, afirma o nutrólogo do Instituto Mineiro de Nutrologia Juan Bernard. 

Segundo o médico, estudos já comprovam que quando a criança ingere açúcar em excesso pode desenvolver diabetes precocemente. “A densidade calórica de alimentos com açúcar é muito maior, o que possibilita o aumento do peso, causando a obesidade. O aumento da incidência do câncer na fase adulta, em geral, se deve à má alimentação e à obesidade. Doenças cardiovasculares e até autoimunes, como o lúpus, também podem aparecer em pessoas que consomem maior quantidade de açúcar”, detalha o especialista.

Fonte e foto: Itatiaia Link da reportagem: http://itatiaia.sili.com.br/noticia/decreto-que-proibe-venda-de-alimentos-caloric